segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Haters gonna Hate!

Quanto tempo do dia você gasta odiando as coisas?

Parece uma pergunta incomum, mas se parar pra observar como anda o conteúdo da internet e até como seus amigos andam se comportando e se expressando, é provável que note uma curiosidade: o demasiado tempo que as pessoas gastam literalmente ODIANDO coisas.

Não faz muito tempo, coisas ridículas e cafonas (como várias músicas, novelas e filmes B) eram considerados engraçados. Lembro de uma irritante novela infantil de menininhas dançarinas cantoras chamada Chiquititas. Mesmo 20 anos atrás já era algo muito cafona, mas as piadinhas e risadas tinham tempo certo, limitavam-se a um comentário maldoso na escola ou escárnio leve durante um aniversário ou churrasco. Era tão ridículo que era passível de paródias jocosas mesmo por parte dos meninos só para implicar com a turma do colégio, mas morria ali. Malhação era outra novela que era motivo de piada.

A diferença é que hoje você chega em casa e tem essa enxurrada de manifestações de ódio contra o brega e o cafona. As pessoas perdem tempo de suas vidas criando JPGs, criando mensagens permanentes e se sentindo profundamente ofendidas pelo que deveria ser apenas motivo de outra piada.

Conheço pessoas críticas, ácidas, autênticas, e essas gostam de expor suas críticas. Criticar é bom, é saudável, nos ajuda a pensar em como melhorar. Mas tem algo nesses tais "haters" de plantão que mata a autenticidade. Eles tratam seu objeto de ódio como uma constante ofensa pessoal e gastam mais tempo remoendo a raiva do que vivendo a própria vida longe disso.

Acha difícil? Bem, eu particularmente não gosto de futebol. Já tentou ser um brasileiro que não gosta de futebol? Você vai ouvir disso o dia todo, todos os dias da sua vida, mas eu levo numa boa. Guardo minha opinião com o respeito que dou aos outros de gostarem, e caso alguém queira debater o porque, eu darei meus motivos com sinceridade e tranquilidade.

Tenta conversar com alguém que odeia Crepúsculo. E é o tipo de pessoa que reclama "Essa merda está em todo lugar"! Sério? Todo lugar mesmo? Até ontem tinha mais gente falando de futebol do que de Crepúsculo... mas tudo bem! Cada um com seu pesadelo paranoico.

Uns anos atrás música sertaneja já era cafona e as pessoas riam, até sabiam os refrões que repetiam insistentemente na televisão e fazíamos troça, todo mundo ria. Faz isso hoje numa mesa de bar e alguém vai levantar profundamente ofendido e dizer bem alto para que "parem com essa merda ou eu vou embora daqui". História verídica.

Parece que foi ontem, as pessoas ao ir ao cinema diziam desapontadas: "Poxa, só tem dublado. Tudo bem". Agora eu já vejo gente reclamando, ofendidíssimo, com o gerente do cinema, exigindo cópias legendadas. Essa própria onda de ódio ao material dublado é algo exagerado por natureza, pois ninguém exige cópias de som original do Chaves.

Bem, já terminei o meu tempo destinado à minha crítica e vou voltar ao meu cotidiano, observador, sempre. Criticando, sim, claro, se achar coerente e no espaço certo: esse blog. Ninguém é obrigado a ler de qualquer forma, mas mesmo assim, já sei. Haters gonna hate it.

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